NEURILAN X BORTOLIN – Campanha para AMM esquenta cenário político em MT VEJA

O ano de 2023 tinha tudo para ser um ano calmo na cena política, já que não há no calendário eleições presidenciais (que ocorrem só em 2026) e municipais (em 2024). Todavia, o cenário está ‘pegando fogo’ em virtude da disputa pela presidência da Associação Mato-grossense de Municípios – AMM.

Tudo caminhava para uma tranquila confirmação de quinto mandato para o veterano, Neurilan Fraga, que estranhamente ocupa o cargo sem mais ser prefeito de Nortelândia (MT), mas o surgimento da candidatura do jovem prefeito, Leonardo Bortolin (MDB), de Primavera do Leste, com apoio de vários deputados estaduais e demais lideranças, sacudiu os partidos e militantes.

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Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso – ALMT, de onde devem emergir os apoiadores mais dedicados das duas campanhas para o pleito marcado para o início de outubro, Neurilan tem entre os aliados o veterano deputado estadual, Wilson Santos (PSD), como o mais empolgado em seu apoio.

Léo, conduto, que se lançou na semana passada ao comando da entidade, parece estar mais ‘na moda’ dentro da Casa de Leis de Mato Grosso e tem como cabos eleitorais os estaduais campeões de voto, Nininho (PSD), e Janaina Riva (MDB), além de Carlos Avalone (PSDB), Fábio Tardin (PSB) e o federal, Juarez Costa, além do cacique Carlos Bezerra, ambos do seu MDB.

Um disputado apoio é o de Max Russi, já que o deputado federal conta com cerca de 20 prefeitos diretamente ligados a si. Após sinalizar aproximação com Bortolin, Max foi criticado por Neurilan, que disse que deputados estaduais não deveriam interferir no pleito que trata de questões envolvendo pautas e interesses municipais.

O líder do PSB não gostou e retrucou. “Acho que ele está errado nisso. Primeiro que os prefeitos batem à porta dos deputados, ontem atendi sete prefeitos, para ter uma ideia. Acredito que não é interferência, a participação do Parlamento não tem como, a AMM é uma associação política, é diferente da OAB, por exemplo”, ilustrou Max.

Neurilan discursa no tom de ‘serviços prestados’ para seguir tendo apoio maciço dos prefeitos. “Eu tenho crédito pelo trabalho que eu faço, porque não basta só ser um bom prefeito, é também participar dos movimentos municipalistas durante seus 4, 8 anos como gestor (…) Eu estava em todas. Por isso eu cheguei ao cargo de presidente, o que não é o caso do prefeito Léo”, alfinetou.

O emedebista provoca e declara na imprensa que já tem o apoio de 56 prefeitos, o que já é praticamente metade dos 128 municípios associados e com gestores aptos a voto. Como uma das promessas de campanha de Bortolin está o de alterar o estatuto e dar fim à reeleição, abrindo espaço para a rotatividade e o crescimento de novas lideranças.

A proposta, que na verdade é uma crítica ao seu adversário, foi prontamente rebatida por Neurilan, que sinalizou oportunismo. “É o discurso que ele [Léo Bortolin] está falando. Mas se ele pudesse ser candidato novamente lá em Primavera [do Leste], ele seria (…) Ssó reelege quem é bom, quem está fazendo um bom serviço”, ressaltou Fraga, elogiando a postura do governador, Mauro Mendes (MDB), que declarou neutralidade na disputa por ser um ‘assunto de prefeitos’, reiterando que parlamentares façam o mesmo.

O salário do próximo presidente da AMM, que terá três anos de mandato, se aproxima de R$ 30 mil e proporciona uma série de vantagens, como veículo oficial com motorista, passagens aéreas liberadas, diárias e outras ajudas e benesses. Em 2023, o orçamento da Associação chegou a de R$ 14 milhões.