
ONG de combate à corrupção divulgou nota para criticar a decisão de Lula.
A Transparência Internacional – Brasil, ONG de combate à corrupção e acompanhamento da transparência governamental, considerou a indicação do advogado pessoal do presidente Lula, Cristiano Zanin, uma afronta à independência do Judiciário e ao princípio constitucional da impessoalidade.
Lula confirmou na quinta-feira 2 que indicará Zanin à vaga deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril. “A nomeação de advogado pessoal ao STF contraria compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil sobre independência do Judiciário, afronta o princípio constitucional de impessoalidade e trai a promessa de resgate das instituições democráticas”, afirmou a ONG, em nota.
Siga a nossa página do altogarcas.com no Facebook.
Saiba tudo do nosso site na pagina do Twitter.
Faça parte do nosso grupo de notícias no Telegram
Na nota, a ONG também defende um “amplo debate” sobre a composição do Supremo “para que nossos representantes eleitos no Senado cumpram seu papel na defesa do interesse público e da democracia”. A Transparência encerra a nota afirmando que Lula parece querer “transformar o tribunal constitucional em anexo do governo”, o que teria sido, segundo a ONG, “um projeto central do bolsonarismo”.
Zanin será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). A data ainda não foi divulgada, mas deve acontecer depois do feriado de Corpus Christi. Para Zanin ser aprovado, serão necessários 41 votos no Senado.
———— CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE ————
“A nomeação de advogado pessoal ao STF contraria compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil sobre independência do Judiciário, afronta o princípio constitucional de impessoalidade e trai a promessa de resgate das instituições democráticas.
A indicação de [Cristiano] Zanin ainda contradiz o discurso de inclusão e aprofunda, ainda mais, a dívida brasileira com os segmentos sociais historicamente marginalizados e excluídos dos espaços de poder. Esta exclusão está também na raiz da corrupção sistêmica brasileira.
É fundamental que a sociedade brasileira promova amplo debate sobre a composição de seu tribunal constitucional, para que nossos representantes eleitos no Senado cumpram seu papel na defesa do interesse público e da democracia.
Transformar o tribunal constitucional em anexo do governo de ocasião foi um projeto central do bolsonarismo, do qual Lula parece querer repetir a receita. O Brasil está diante das escolhas que reverterão ou avançarão essa trajetória de enfraquecimento e captura das instituições.”
Fonte: Revista Oeste