Governo australiano aprova projeto para cultivar células do cérebro humano em chips de silício VEJA E ENTENDA
Monash University e Cortical Labs desenvolvem IA e também querem estudar a formação de células cerebrais em chips

O governo da Austrália aprovou pesquisa que busca desenvolver IA de aprendizado contínuo. O curioso é que um dos experimentos do projeto é cultivar células do cérebro humano em chips de silício. A pesquisa é desenvolvida por cientistas da Monash University e Cortical Labs e a tecnologia está sendo chamada de DishBrain.
O termo DishBrain faz referência a placas de Petri, comumente utilizadas para cultivar células humanas. O proposto avanço da ciência não é a primeira vez que envolve os termo chips e cérebros humanos, mas será o primeiro que busca cultivar células em chips de silício. De acordo com a página do projeto, os pesquisadores receberam investimento de US$ 600 mil e eles querem cultivar cerca de 800 mil células cerebrais. “Usaremos essa doação para desenvolver melhores máquinas de IA que repliquem a capacidade de aprendizado dessas redes neurais biológicas“, comentaram os pesquisadores após o anúncio do financiamento.
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Como funcionará o cultivo de cérebro em chips?
A pesquisa é liderada pelo professor Adeel Razi, da Monash University. Segundo ele, as 800 mil células cerebrais cultivadas no sistema DishBrain ‘aprenderão’ a realizar tarefas e a cumprir objetivos. “Usaremos o financiamento para desenvolver melhores máquinas de IA que repliquem a capacidade de aprendizado dessas redes neurais biológicas”. No ano passado, os pesquisadores já demonstraram que células cerebrais cultivadas em placas de Petri são capazes de jogar Pong, antigo game lançado em 1972.
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Razi aponta que o objetivo do estudo é criar plataformas de computação biológica programáveis. Segundo ele, o foco é criar “um novo tipo de inteligência capaz de aprender durante toda a vida“. Pode parecer um pouco absurdo, mas a intenção do projeto é criar uma IA biológica capaz de aprender novas habilidades sem comprometer funções antigas. Caso o estudo obtenha sucesso em cultivar células cerebrais em chips capazes de executar aprendizado de máquina, podemos estar diante de um avanço tecnológico impressionante. Adeel Razi aponta que a pesquisa pode ter implicações em diversos campos “como planejamento, robótica, automação avançada, interfaces cérebro-máquina e descoberta de medicamentos“, algo que segundo ele daria a Austrália uma vantagem tecnológica importante na área.
Por Luiz Schmidt l Mundo Conectado
Fonte: Monash University