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“Plano Safra 25/26 ainda não ameniza dificuldades no campo”, avaliam entidades de MT

Aumento das taxas de juros e cortes no seguro rural, somadas as burocracias para o acesso ao crédito, estão entre as críticas do setor

O valor de R$ 516,2 bilhões anunciado no Plano Safra 2025/26 “não atende totalmente” às necessidades do setor produtivo mato-grossense e brasileiro. Diante da inflação, que dificulta a viabilidade do setor, entidades que representam os produtores rurais do estado reclamaram principalmente do aumento das taxas de juros, dos cortes no seguro rural e criticaram as burocracias para o acesso ao crédito.

O valor anunciado pelo governo federal nesta terça-feira (1º) para o Plano Safra 2025/26 representa um aumento de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo passado a médios e grandes produtores em operações de custeio, comercialização e investimento.

Conforme destacado pelo Canal Rural Mato Grosso, o governo federal, diante do cenário de juros elevados, priorizou as linhas de custeio e comercialização, que passam de R$ 401,3 bilhões para R$ 414,7 bilhões, enquanto que os recursos para investimentos recuaram de R$ 107,3 bilhões para R$ 101,5 bilhões, visto a cautela dos produtores rurais.

“Muito difícil a gente fazer esse plano safra recorde e uma Selic de 15%. E ainda assim, com todas essas dificuldades, o aumento das taxas de juros foi de 1,5 a 2 pontos percentuais (abaixo da Selic). O governo absorveu o aumento da Selic com equalização, fazendo com que o Plano Safra siga recorde e que continue estimulante. ninguém gosta de pagar juro alto”, declarou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no lançamento.

Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o novo Plano Safra não corresponde às necessidades totais, “uma vez que ele não cresceu na quantidade necessária” e o setor produtivo vive diversas dificuldades com custos elevados e preços baixos, que achatam a margem do produtor e impedem novos investimentos, além das incertezas econômicas dentro e fora do Brasil.

“Tais questões têm levado a pecuária a uma situação de dificuldade. E o Plano Safra vem, mas, com juros pré-definidos que não tem ajudado”, pontua o gerente de relações institucionais da Acrimat, Nilton Mesquita.

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Investimentos em risco

As taxas de juros podem variar de 8,5% a 14% ao ano, consideradas elevadas diante do cenário de custos altos e margens apertadas para o produtor rural.

“É um recurso importante, mas que precisa ser analisado com cautela, principalmente por causa das taxas de juros praticadas. O produtor rural tem convivido com custos de produção elevados, queda no preço das commodities e dificuldades para acessar crédito”, salienta o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain.

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho, a situação preocupa o setor, uma vez que “inibe muitos investimentos”.

“Nós estamos vendo, principalmente na suinocultura, que novos investimentos estão sendo paralisados. É muito difícil você encontrar empresas ou produtores dispostos a investir nesse momento com taxas de juros tão altas. Isso preocupa, porque o setor reduz a sua expansão, o produtor fica com medo de adquirir dívidas e de no futuro não conseguir arcar”.

 

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Seguro rural deixa a desejar

A redução no seguro rural é outro ponto considerado de preocupação pelo setor produtivo, visto que “a cada safra está menor”, destaca o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber.

“E temos que considerar ainda que o Plano Safra exige a aplicação do Zoneamento Agrícola e nós sabemos que ele está desatualizado e não é compatível com a evolução que a agricultura teve no nosso estado nos últimos anos”.

 

Fonte:  Canal rural

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