Pagando por estradas esburacadas: Chuvas aumentam estragos na BR-163/364
O mais revoltante é que usuários seguem pagando pedágio para empresa não fazer recuperação da estrada

Com a intensificação das chuvas, a situação na BR-163/364, principalmente no trecho entre Rondonópolis e Jaciara, está cada vez pior. Os buracos, que já vinham trazendo transtornos para quem trafega na via, agora estão ainda piores. Em determinados trechos, como nas proximidades de Juscimeira, o estrago na pista é tão grande que uma mão foi interditada e somente um veículo por vez consegue passar pelo local.
Ao mesmo tempo em que a rodovia está cada vez mais precária, o pedágio continua sendo cobrado dos motoristas pela concessionária Rota do Oeste, que já anunciou há alguns meses a entrega da concessão ao Governo Federal. A manutenção no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá, agora é realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), pondo fim ao impasse sobre de quem seria a responsabilidade de fazer a manutenção depois que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitou a devolução da concessão.

Contudo a manutenção chega muito tempo depois do começo dos problemas e ainda de forma tímida. Esta semana, inclusive, a concessionária Rota do Oeste comunicou que, na quarta-feira (9) e quinta-feira (10), a pista de rolagem sentido sul, na altura do km 261 da BR-163, em Juscimeira, esteve interditada para obras de reparo no pavimento realizadas pelo Dnit. Os condutores que trafegavam sentido sul (Cuiabá a Rondonópolis) foram desviados passando pelo perímetro urbano de Juscimeira.
A situação da rodovia vem sendo acompanhada pelo A TRIBUNA desde o final do ano passado, quando a Rota do Oeste anunciou a devolução da concessão e os problemas pela falta de manutenção do pavimento começaram a ficar mais evidente. Entre Rondonópolis e Jaciara, onde se encontram os maiores estragos, a condição atual evidencia, além da falta de manutenção, a má qualidade do asfalto, que já conta com grandes danos.
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Diante da condição que se agrava com o período de chuvas, alguns políticos passaram a atuar visando resolver a questão. O senador Wellington Fagundes (PL), por exemplo, ingressou com representação no Ministério Público Federal pedindo que sejam bloqueados os recursos arrecadados na cobrança de pedágio ao longo da BR-163 em Mato Grosso. Ele alega riscos aos usuários e pede que os valores sejam revertidos em obras, melhorias e assistência aos usuários da rodovia pela concessionária Rota do Oeste.
Também em busca de uma solução, o deputado federal José Medeiros (PODE) solicitou uma intervenção do Dnit na rodovia. A proposta do parlamentar é que o Dnit faça a manutenção da BR-163 até a conclusão do novo processo de concessão e depois a União busque meios legais para fazer com que a Rota Oeste, concessionária que administra a 163, efetive o ressarcimento aos cofres públicos.
Enquanto o problema não se resolve, motoristas continuam pagando pedágio para uma concessionária que atualmente nem mesmo mantém os trabalhos de manutenção viária.