Olavistas e militares são contra Renato Feder comandar o MEC

E continuam as dificuldades do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para escolher um novo nome para comandar o ministério da Educação. Depois da saída nada honrosa de Carlos Alberto Decotelli – o militar da reserva da Marinha permaneceu no cargo por apenas cinco dias, depois de descobertas inconsistências em seu currículo, ficou insustentável sua permanência no MEC – Bolsonaro convidou Renato Feder, atual secretário de Educação do Paraná, para comandar a pasta.
Gregos e Troianos
Antes mesmo de receber um convite oficial, Feder conseguiu desagradar tanto a ala do Governo ligada ao escritor Olavo de Carvalho, como também teve seu nome rejeitado pela ala militar dentro do governo.
Ambas as alas pressionam o líder do Executivo para que retire o convite feito a Renato Feder.
Olavistas
Os seguidores do guru intelectual do governo Bolsonaro têm tido sucesso em frituras de ministros pelas redes sociais já caíram em desgraça com os olavistas: Regina Duarte, ex-secretária de Cultura; Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Os seguidores de Olavo de Carvalho ressaltaram a ligação que Feder tem com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), e afirmam que a escolha se deu para agradar os empresários e por panos quentes na guerra ideológica.
Militares
Os militares do Palácio do Planalto, por sua vez, ficaram surpresos com o nome escolhido pelo presidente.
A ala militar deseja um nome que seja ligado a eles. Eles argumentam que o secretário de Educação do Paraná tem incoerências em seu currículo.
Renato Feder é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O currículo de Feder na plataforma Lattes diz que ele tem um “mestrado em andamento” desde o ano de 2002, em Economia, pela Universidade de São Paulo (USP).
Contudo, o site da secretaria da educação do Paraná afirma que ele é “mestre em economia”.
Ainda pesa contra Feder a suspeita de sonegação fiscal da Multilaser, empresa na qual é sócio. Ainda há contra ele a suspeita de que ele seja ligado ao Centrão, pois teve apoio do governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), ou seja, o partido do ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
Evangélicos
A ala evangélica também não aprovou o escolhido de Bolsonaro. Líderes no Congresso vêm fazendo pressão no mandatário para que não escolha Feder como novo ministro da Educação.
Situação parecida aconteceu quando Bolsonaro cogitou o nome do educador Mozart Neves, que chegou a receber um convite de Bolsonaro para assumir a pasta, mas o presidente recuou depois de ser pressionado pelos evangélicos. O nome de Renato Feder agradou a educadores e entidades ligadas à Educação, por sua experiência na gestão de educação pública.
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