Quem está lucrando? Preço da gasolina não acompanha queda do petróleo
Brasileiro continua pagando o preço mais caro, num produto que está 21% mais barato no mercado internacional

Os preços dos combustíveis nos postos de Rondonópolis, assim como no resto do Brasil, continuam em alta desde março deste ano. Ao contrário do mercado interno, o preço do barril de petróleo, que alcançou a máxima de 139,13 dólares no dia 7 de março, está estabilizado há quase um mês em 110,00 dólares no mercado internacional. A queda nos preços não foi repassada pela Petrobras e o brasileiro continua pagando o preço mais caro, num produto que está 21% mais barato no mercado internacional.
Vale lembrar que, há dois meses, começava a escalada dos preços do petróleo no mercado internacional. No dia 24 de fevereiro, ele rompia a marca de 100 dólares o barril e, dias depois, chegou aos preços praticados em 2008, quando era vendido a 140,00 dólares. O motivo: a guerra entre Rússia e Ucrânia. A guerra alinhada à alta do dólar e, ao preço alto do barril que disparou, impactaram na inflação e na redução do poder de compra do brasileiro.
Essa turbulência no mercado internacional foi invasiva na carteira do consumidor brasileiro. A gasolina comum, que era vendida no início de março a R$ 5,99 em vários postos, saltou de um dia para o outro para R$ 6,39; e na semana seguinte para R$ 6,79. Assim, os dias foram passando e a escalada chegou agora a R$ 7,19, numerário estampado em vários letreiros de postos de gasolina ontem na cidade.
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Já no mercado internacional, a realidade foi outra: o preço do barril de petróleo teve um pico e depois caiu, assim como a cotação do dólar. O problema foi que o mercado interno não acompanhou, desta vez, o mercado internacional. Tampouco, a Petrobras fez a correção dos valores para menor.
A política de preços da Petrobras de Paridade de Preços de Importação (PPI) ao que tudo indica falhou: o preço foi estabilizado nas alturas, deixando os brasileiros sem entender a estratégia. Com o barril comercializado a menos de 110 dólares, o preço da gasolina deveria ser bem menor que R$ 7,19. Estima-se que deveria estar próximo ao que era praticado antes da escalada ocasionada pela guerra na Rússia, seriam aqueles saudosos R$ 6,00 o litro.
No último mês, não houve anúncio oficial de redução do preço dos combustíveis, a exceção foi em relação ao gás de cozinha (GLP), mas quanto a gasolina, nada. O que é pago pelo rondonopolitano ainda reflete a alta do início de março, mesmo depois de verificarmos, no mínimo, 20,00 dólares de redução no preço do barril do petróleo no estrangeiro.