NO INTERIOR – Empresários viram alvo de extorsão por membros do CV, revela delegado
Suspeitos têm ameaçado empresários e exigem dinheiro para que faccionados não cometam violências contra comércio

Empresários do interior de Mato Grosso estão sendo ameaçados a pagar supostos membros de facção criminosa para que não venham depredar seus comércios e ser vítimas de violência, inclusive de homicídios. Entretanto, tudo não passa de um golpe dos criminosos. É o que afirma o delegado José Getúlio Daniel, que tem recebido denúncias dessa natureza.
A extorsão tem um modus operandi semelhante a ligação de presos com uma notícia de falso sequestro de filho, pai ou algum parente e exigem dinheiro para liberá-los.
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“Eles falam que são de organizações criminosas e que o empresário teria praticado algum ato que eles não gostaram – uma denúncia com a polícia ou algo contra eles. Eles inventam um artificio para ludibriar o empresário”, diz.
Em seguida, os criminosos passam a citar que estão com os integrantes da facção armados próximo ao estabelecimento e prometem cometer uma série de violências, como roubo, depredação e até crimes de morte (homicídio ou latrocínio), caso não paguem um valor a eles.
O delegado José Getúlio aponta que os valores cobrados variam de centenas a milhares de reais. Como é um golpe novo, ainda não há números de prejuízos causados.
Inclusive, os criminosos podem também acionar a vítima por mensagem de WhatsApp. “Inclusive, alguns tentam até chamada de vídeo”, diz o delegado. José Getúlio aponta que as delegacias de Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde têm recebido ocorrências e denúncias desta natureza.
Na Capital, Várzea Grande e Tangará da Serra, alguns casos desse tipo de extorsão também estão chegando nas unidades da Polícia Civil, segundo o delegado Ruy Guilherme Peral, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI).
“Esse crime configura extorsão. Pode configurar também o delito de integrar organização criminosa, caso, posteriormente se confirme que pertençam a alguma facção criminosa”, diz.
PJC
Delegado Ruy Guilherme Peral, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos
Contudo, os indícios levantados pelos casos existentes é que os criminosos não tenham qualquer tipo de ligação com facções criminosas, como Comando Vermelho ou Primeiro Comando da Capital. “São oportunistas que estão tentando extorquir as vítimas”, diz o delegado Guilherme.
Os crimes de extorsão são considerados como graves pelo Código Penal, com penas de reclusão de 4 a 10 anos, além de se envolver mais duas pessoas é considerada organização criminosa e a pena passa de 20 anos.
Caso o empresário ou outra vítima se sinta coagido ou perceba a presença de algum suspeito próximo, ele pode ligar para o 197, telefone do disque denúncia da Polícia Civil vinculado ao CIOSP, para seja encaminhada viatura.
A orientação dos delegados é que, em caso das ameaças, é de não fazer o pagamento dos valores, bloquear o número celular ou o contato WhatsApp e denunciar o caso à polícia.
O cidadão pode fazer o boletim de ocorrência virtual, por meio da Delegacia Virtual, sem precisar sair de casa – clique aqui para acessar o serviço.
Fonte: RD News