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MT é o estado da Amazônia Legal com mais facções criminosas, aponta estudo

92 das 142 cidades mato-grossenses possuem facções criminosas atuantes. Cáceres, região de fronteira, é o único município com presença de três grupos, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A presença de facções criminosas na Amazônia Legal segue em expansão e revela um cenário de crescente preocupação para a segurança pública e a governança territorial na região. Segundo o relatório Cartografias da Violência na Amazônia 2025, divulgado nesta quarta-feira (19) e produzido pelo Instituto Mãe Crioula em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 344 municípios amazônicos dos 772 (cerca de 45%) apresentam evidências de atuação de grupos criminosos.

Com 92 cidades das 142 (65,2%), Mato Grosso aparece como o estado com maior número absoluto de municípios dominados ou disputados por facções criminosas. O levantamento identificou quatro facções atuando no estado:

Cáceres é o único município mato-grossense com três facções atuantes. O relatório reforça que o município está inserido em uma zona estratégica, por estar localizado na fronteira com a Bolívia, que é constantemente utilizada como rota de tráfico de drogas.

Mapa das Facções em Mato Grosso

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Distribuição de organizações criminosas por município

 
CVPCCTropa do CastelarB40
AcorizalCV
Água BoaCV
Alta FlorestaCV
Alto AraguaiaCV
Alto Boa VistaCV
Alto GarçasCV
ApiacásCV
ArenápolisCV
AripuanãCV
CampinápolisCV
Campo NovoCV
Campos de JúlioCV
Canabrava do NorteCV
CanaranaCV
CarlindaCV
CastanheiraCV
Chapada dos GuimarãesCV
CocalinhoCV
ColíderCV
ComodoroCV
ConfresaCV
CurvelândiaCV
DiamantinoCV
General CarneiroCV
Glória D’OesteCV
Guarantã do NorteCV
GuiratingaCV
Ipiranga do NorteCV
ItaúbaCV
ItiquiraCV
JuínaCV
Lambari D’OesteCV
LuciaraCV
MarcelândiaCV
Mirassol D’OesteCV
NobresCV
NortelândiaCV
Nova BandeirantesCV
Nova Canaã do NorteCV
Nova Monte VerdeCV
Nova MutumCV
Nova NazaréCV
Nova OlímpiaCV
Nova UbiratãCV
Nova XavantinaCV
Novo São JoaquimCV
ParanatingaCV
Pedra PretaCV
Peixoto de AzevedoCV
PoconéCV
Pontal do AraguaiaCV
Ponte BrancaCV
Porto Alegre do NorteCV
Porto EsperidiãoCV
PoxoréuCV
Primavera do LesteCV
QuerênciaCV
Reserva do CabaçalCV
Ribeirão CascalheiraCV
Rosário OesteCV
S. Antônio do LesteCV
S. Antônio LevergerCV
S. Félix do AraguaiaCV
S. José do XinguCV
S. José 4 MarcosCV
São Pedro da CipaCV
SepezalCV
TapurahCV
Terra Nova do NorteCV
TorixoréuCV
Vila RicaCV
AraguaianaPCC
ColnizaPCC
Dom AquinoPCC
Feliz NatalPCC
JaciaraPCC
Alto ParaguaiCastelar
Nova MaringáCastelar
CuiabáCV / B40
Várzea GrandeCV / B40
CáceresCV/PCC/B40
Barra do BugresCV / PCC
JuruenaCV / PCC
Lucas do R. VerdeCV / PCC
Nova MarilândiaCV / PCC
Pontes e LacerdaCV / PCC
RondonópolisCV / PCC
Tangará da SerraCV / PCC
Vila Bela da S.T.CV / PCC
ItanhangáCV / Castelar
SinopCV / Castelar
SorrisoCV / Castelar
Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)

O Comando Vermelho predomina, presente em 85 municípios, sendo o único grupo atuante em 71 deles. Já o PCC aparece em 14 municípios, cinco deles com domínio exclusivo. A Tropa do Castelar atua em cinco cidades, com predominância em duas, e o B40, por sua vez, foi registrado em três municípios, sempre em disputa com outras facções.

Apesar de Mato Grosso estar no topo do ranking, outros estados menores se destacam como o Acre, onde as facções criminosas estão presentes em todos os municípios.

  • Mato Grosso: 92 dos 142 (65,2%)
  • Pará: 91 dos 144 municípios (63,2%)
  • Maranhão (parte amazônica): 53 dos 181 (29,3%)
  • Amazonas: 25 dos 62 (40,2%)
  • Acre: 22 dos 22 (100%)
  • Rondônia: 21 dos 52 (40,3%)
  • Tocantins: 17 dos 139 (12,2%)
  • Roraima: 13 dos 15 (86,7%)
  • Amapá: 10 dos 16 (62,5%)

Crimes e disputa territorial

Do jeito que está não dá! União terá que adotar medidas para atender estrangeiros em Cáceres
Cáceres é o único município mato-grossense com três facções atuantes. – Foto: Divulgação/Prefeitura de Cáceres

Para o FBSP, o crime organizado não se limita ao tráfico de drogas. Ele se articula com ações de garimpo ilegal, extração de madeira, tráfico de armas, grilagem, exploração territorial, entre outros.

O documento afirma que a Amazônia é atravessada por redes ilícitas multiescalares e “sistemas interligados” que incluem facções, milícias, grileiros e agentes econômicos legais e ilegais.

O Fórum aponta três fatores que favorecem o avanço das facções:

  • fronteiras extensas e permeáveis,
  • baixa presença estatal,
  • capacidade limitada de fiscalização.

Essas características criam ambiente fértil para a atuação faccionada e permitem às organizações controlar rotas, territórios e populações vulneráveis.

O Fórum afirma ainda que áreas com duas ou mais facções apresentam:

  • instabilidade,
  • aumento de homicídios,
  • conflitos internos,
  • maior pressão sobre comunidades tradicionais.

O estudo chama essas áreas de “municípios conflagrados”, indicando situações de risco social elevado.

Respostas que vão além da segurança pública

O Fórum defende que a região vive uma reconfiguração profunda das relações de poder, em que facções passam a operar como verdadeiros “governos criminais” em alguns territórios.

Segundo o FBSP, entender a presença das facções requer olhar multidisciplinar, o que envolve políticas de desenvolvimento territorial, proteção de comunidades indígenas e ribeirinhas, combate a economias ilegais e fortalecimento de instituições públicas capazes de exercer autoridade, mediar conflitos e garantir direitos.

Fonte: Primeira Página

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