
O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, pré-candidato à Presidência pelo Podemos, admitiu que Lava Jato “combateu o PT”. No entanto, corrigiu o “ato falho” e alegou que a operação somente descobriu “esquemas de corrupção” e revelou “o que o PT verdadeiramente é”.
Moro cometeu o “ato falho” enquanto criticava o governo do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), do qual foi ministro da Justiça e saiu fazendo denúncias de ingerência na Polícia Federal. Além disso, o presidenciável rechaçava o apoio de integrantes do Podemos, como o deputado federal de Mato Grosso José Medeiros, ao bolsonarismo.
Depois, Moro recuou da vinculação da Lava Jato ao combate ao PT. Mas continuou defendendo que não se pode apoiar Bolsonaro por “questão política” ou para “ganhar eleições”.
Réu confesso
A vereadora Edna Sampaio, principal liderança do PT em Cuiabá, avalia que Moro cumpriu o papel de “réu confesso” ao cometer o suposto ato falho durante a entrevista. Segundo a petista, o presidenciável do Podemos já não consegue disfarçar o papel que cumpriu na “destruição do país, da democracia e das instituições” em nome de um projeto de poder.
“Essa destruição, da qual Sérgio Moro foi agente, se revela na fila dos ossos. Esse ex-juiz cometeu crime de lesa pátria, deveria estar impedido de concorrer a qualquer cargo público e se vê na legitimidade de confessar seus crimes”, afirma a parlamentar.
Conforme Edna Sampaio, é legítimo e democrático não gostar do PT nem votar nos candidatos petistas. O crime, segundo ela, está em utilizar o Judiciário para perseguir o partido e o ex-presidente Lula.
“A partir da desconstrução do papel do Judiciário pela Lava Jato temos uma tragédia social que reflete na fila dos ossos. Os governos do PT foram os que mais avançaram na implementação da Constituição de 88 e o que a Lava Jato promoveu foi perseguição ao presidente Lula, destruição da sua imagem e dos governos petistas. Moro foi um juiz indecente, criminoso e imoral. Em qualquer democracia do mundo, ele não estaria livre para se vangloriar dos seus crimes como se fossem motivo de orgulho”, concluiu.
Por: Jacques Gosch
Fonte: RD News