Mauro descarta Delegacia da Mulher 24h em VG citando custo; ‘não é doloroso vir a Cuiabá’
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) denunciou durante o pedido de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria o aumento dos casos de feminicídio em Mato Grosso

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), descartou ampliar o atendimento da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande para funcionamento 24 horas. A justificativa apresentada foi o alto custo da medida, que exigiria cinco delegados e, segundo ele, representaria um ônus insustentável ao Estado.
A fala soa insensível diante da realidade do município. Várzea Grande é a segunda maior cidade de Mato Grosso, com mais de 300 mil habitantes, e tem registrado casos recorrentes de violência contra a mulher. O exemplo mais recente foi a morte da personal trainer Rozeli da Costa Nunes, que chocou a população e reacendeu o debate sobre a necessidade de uma rede de proteção mais efetiva.
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Em entrevista à imprensa, minimizou a necessidade da delegacia em plantão interrupto, citando a curta distância entre Várzea Grande e Cuiabá, indicando que ocorrências registradas na cidade industrial podem ser denunciadas na capital.
“Não é doloroso sair de Várzea Grande para ir a Cuiabá. Temos um estado muito grande, uma delegacia 24 horas precisa de 5 delegados. Se eu fizer em todos os municípios para proteção da mulher, precisaremos em média 700 delegados, olha o custo disso para a sociedade. Sair de Várzea Grande para vir para Cuiabá não é algo que não possa acontecer, são poucos quilômetros para poucas pessoas”, disse o governador.
O governador ainda enfatiza a necessidade de razoabilidade nas políticas públicas, especialmente em relação aos custos. Segundo ele, todas as melhorias propostas devem ser avaliadas financeiramente com moderação.
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“Precisamos ter razoabilidade nas políticas públicas, uma coisa é falar o que quer. Tudo que se quer tem custo e já estamos fazendo investimentos na Segurança Pública, com princípio de entender que as demandas são amplas. Tem cidades que estão há 200 ou 300 quilômetros, existem outros canais que possam ser acionados”, emendou.
Atualmente, a Delegacia da Mulher em Várzea Grande funciona em horário comercial, sem atendimento no fim de semana, datas de maiores incidências de violência contra mulheres. Em alguns casos, vítimas precisam se deslocar até a Delegacia da Mulher, na capital, ou até a delegacia 24 horas do bairro Cristo Rei, que dispõe de uma sala de atendimento especializado — porém, sem o suporte de assistente social ou psicólogo.
No mês passado, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) denunciou durante o pedido de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria o aumento dos casos de feminicídio em Mato Grosso, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, rejeitada pela base do Executivo Estadual, que o governo deixou de aplicar recursos previstos no orçamento de 2024 para políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher.
Segundo a parlamentar, os R$ 500 mil destinados ao combate à violência doméstica, valor irrisório, não foram utilizados e acabaram sendo remanejados, questionando as ações do estado perante os feminicídios. Em 2024, foram 47 mortes confirmadas e, em 2025, até agosto, já são 36 registros, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: GD