
O regime do Irã aceitou o pedido de Alemanha, França e Reino Unido para uma nova rodada de negociações sobre seu programa nuclear. O encontro está marcado para a próxima sexta-feira, 25 de julho, em Istambul, e será a primeira reunião desse tipo após a guerra de 12 dias de Teerã com Israel.
A decisão foi confirmada pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqaei, em declarações à televisão pública IRIB. “Em resposta à solicitação dos países europeus, o Irã aceitou realizar uma nova rodada de negociações com representantes dos três países europeus que são membros do JCPOA (Plano de Ação Integral Conjunto)”, disse.
A reunião ocorrerá de forma independente das conversas indiretas com os Estados Unidos, segundo o porta-voz. A delegação iraniana, que contará com os adjuntos do ministro das Relações Exteriores, Kazem Gharibabadi e Majid Takht Ravanchi, buscará abordar a agenda em um contexto sensível, após os recentes ataques e sob a tensão de possíveis sanções internacionais.
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O anúncio acontece após uma conversa telefônica entre os três países europeus e a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi. Na ocasião, Araqchi instou seus interlocutores a agirem com responsabilidade e a não reativarem as sanções pelo mecanismo conhecido como ‘snapback‘, que restabelece automaticamente as sanções da ONU contra o Irã.
Mais cedo neste domingo, o chefe da diplomacia persa havia adiantado que a “abordagem” de seu país “será mais forte e firme” do que antes da guerra. “O Irã buscará seus direitos com mais força depois da guerra”, afirmou. As negociações com o E3 (França, Alemanha, Reino Unido) ocorrem após o grupo ter alertado Teerã que, caso não haja avanços até o fim de agosto, o mecanismo de sanções automáticas será acionado.
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Em cartas enviadas ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e ao Conselho de Segurança da ONU, Araqchi denunciou que o E3 “carece de legitimidade legal, política e moral para invocar os mecanismos do acordo nuclear”. Ele sugeriu que os países europeus “se abstenham de qualquer ação que apenas aprofunde as divisões no Conselho de Segurança da ONU ou que tenha graves consequências negativas”.
As conversas com os países europeus e com os Estados Unidos estavam estagnadas. Os EUA exigiam “enriquecimento zero” de urânio, enquanto o Irã defende seu programa nuclear pacífico. O impasse foi aprofundado pela guerra de 12 dias entre Irã e Israel, que começou em 13 de junho e terminou em 24 de junho com uma trégua anunciada por Washington, que também participou de ataques contra três instalações nucleares iranianas.
Em um movimento separado, o presidente russo, Vladimir Putin, teve uma reunião surpresa no Kremlin com Ali Larijani, principal conselheiro do líder supremo do Irã em questões nucleares, para discutir o programa de Teerã. “Larijani transmitiu avaliações do agravamento da situação no Oriente Médio e sobre o programa nuclear iraniano”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sobre o encontro não anunciado.
Fonte: GAZETA BRASIL