
O Brasil tinha, no ano passado, 10,9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que não estudavam e não estavam trabalhando, o que equivale a 23% do total de brasileiros nessa faixa etária. Em 2016, essa proporção era de 21,3%.
Os dados são da pesquisa “Síntese de Indicadores Sociais 2019 – Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira”, div
A nova Síntese de Indicadores Sociais (SIS/IBGE), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra que há no Brasil 10,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham, os chamados nem-nem. O número é o menor já registrado na série histórica da pesquisa, que começou em 2012.
A queda em números absolutos reflete também a mudança no padrão demográfico do país, com o envelhecimento da população brasileira.
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A maior parte desse contingente é formada por brasileiros pobres (61,2%). No recorte de gênero e raça, são principalmente mulheres pretas ou pardas (43,3%), seguidas por homens pretos ou pardos (24,3%). Na retaguarda, aparecem as mulheres brancas (20,1%) e os homens brancos (11,4%).
Além disso, quanto menor a renda familiar, maior o percentual de jovens que não estudam e nem trabalham. Considerando as moradias que representam as 10% mais pobres do Brasil, metade dos moradores de 15 a 29 anos estavam sem estudos ou emprego. Esse percentual é de apenas 7,1% no extremo oposto, entre as moradias mais ricas.
Quando perguntados sobre os motivos para não estarem estudando nem interessados em trabalhar, as respostas são variadas. Entre as mulheres, chama a atenção que 2 milhões citaram a necessidade de cuidar de parentes e a responsabilidade por afazeres domésticos como o motivo – indicando que a maternidade precoce é um fator de afastamento do mercado de trabalho e da escola. Além disso, 458 mil meninas e mulheres apontaram a gravidez ou problemas de saúde como a razão para se tornarem nem-nem.
Entre os homens, 80 mil citaram afazeres domésticos e 420 mil gravidez (das parceiras) ou problemas de saúde.
O levantamento também mapeou a parcela de homens e mulheres com idades entre 18 e 24 anos que apenas estudam, apenas trabalham, estudam e trabalham ou não estudam e nem trabalham.
A maior parte das mulheres com idades entre 18 a 24 anos respondeu que não estudava e nem trabalhava na semana de referência da pesquisa (34,5%). Para a mesma faixa de idade entre os homens, a maioria disse que apenas trabalha (49%).
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FONTE: O GLOBO