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Guerra em Gaza já deixou 64 mil crianças mortas ou feridas, diz Unicef

Agência da ONU diz que fome se espalha e que desnutrição 'continua chocante' no território. Órgão acusa Israel de bloquear transferência de equipamentos médicos, o que o país nega.

Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que 64 mil crianças morreram ou ficaram feridas durante os dois anos da guerra na Faixa de Gaza. Os dados foram divulgados na quarta-feira (8).

Segundo a Unicef, entre as crianças mortas e feridas estão pelo menos mil bebês. Em um comunicado, a diretora-executiva do órgão, Catherine Russell, indicou que o número de vítimas pode ser ainda maior.

“Não sabemos quantas outras morreram devido a doenças evitáveis ou estão soterradas sob os escombros”, afirmou.

“A fome persiste na Cidade de Gaza e está se espalhando para o sul, onde as crianças já vivem em condições terríveis. A crise de desnutrição, especialmente entre bebês, continua chocante.”

 

Ao g1, as Forças Armadas de Israel afirmaram que tomam medidas “abrangentes” para “prevenir danos a civis, incluindo crianças” e que “operam contra organizações terroristas em ambientes urbanos complexos”.

“Ao contrário do Hamas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) tomam medidas abrangentes para prevenir danos a civis, incluindo crianças. As IDF estão comprometidas em mitigar danos a civis de acordo com as obrigações legais internacionais, incluindo a Lei de Conflitos Armados”, disseram as forças em comunicado enviado ao g1.

 

“As tropas das IDF operam contra organizações terroristas em ambientes urbanos complexos, onde danos não intencionais ou errôneos podem ocorrer durante o combate. Isso ocorre enquanto o Hamas conduz deliberadamente suas operações entre a população civil, usando civis, incluindo crianças, como escudos humanos, em flagrante violação do direito internacional”.

A Unicef afirmou ainda que, desde sábado (4), 14 crianças morreram. A organização fez um apelo para que Israel garanta a proteção de civis que estão em Gaza e pediu que o mundo não permita que os ataques contra o território palestino continuem.

“Cada criança morta é uma perda irreparável. Pelo bem de todas as crianças em Gaza, esta guerra precisa acabar agora.”

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Na terça-feira (7), a Unicef afirmou que Israel estava barrando a transferência de incubadoras de um hospital no norte de Gaza para instituições superlotadas no sul do território. Segundo a organização, bebês recém-nascidos têm compartilhado máscaras de oxigênio.

James Elder, porta-voz da Unicef, afirmou que visitou um hospital no sul de Gaza em que três bebês e três mães dividiam uma cama de solteiro e uma fonte de oxigênio. As mães se revezavam em turnos de 20 minutos.

Israel negou as alegações da Unicef e disse que está permitindo o transporte de equipamentos médicos do sul para o norte de Gaza.

O COGAT, braço militar israelense que supervisiona o fluxo de ajuda para Gaza, ressaltou que centenas de pedidos de coordenação para comboios humanitários, incluindo a transferência de alimentos, equipamentos médicos, combustível e equipes, têm sido aprovados.

 

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Dois anos de guerra

 

Crianças e adultos palestinos se deslocam para o sul de Gaza após ordem de Israel, em 21 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Mahmoud Issa

Crianças e adultos palestinos se deslocam para o sul de Gaza após ordem de Israel, em 21 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Mahmoud Issa

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas completou dois anos na terça-feira, em meio a negociações sobre um possível cessar-fogo. Em discussão está um plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode levar a um fim definitivo do conflito.

  • No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque coordenado contra Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando outras 251.
  • Em resposta, os militares israelenses iniciaram uma ampla operação para eliminar o grupo.
  • A guerra resultou em destruição generalizada na Faixa de Gaza, com cidades reduzidas a escombros e a população enfrentando uma crise humanitária.
  • Segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, mais de 60 mil palestinos morreram desde o início do conflito.

 

Parte da comunidade internacional vê na proposta apresentada por Trump um sinal de esperança para, ao menos, um cessar-fogo no curto prazo. Mas ainda há obstáculos. Os dois lados tentam mostrar disposição nas negociações de um cessar-fogo, mas têm seus próprios interesses.

Para o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, apoiar o plano pode ser uma forma de manter boas relações com os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, ele tenta mostrar que não cedeu demais para não perder apoio político interno e rejeita a ideia da criação de um Estado palestino.

Já o Hamas disse que concorda em libertar todos os reféns e aceita entregar o governo de Gaza a um órgão independente, mas ressaltou que alguns pontos ainda precisam ser negociados. Com isso, apesar de ter dado um sinal positivo, o grupo terrorista deixou várias questões em aberto.

Israel afirma que 48 reféns continuam sob poder do Hamas, dos quais 20 estão vivos.

Fonte: G1

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