Exportações de soja e milho do Brasil registram resultados distintos em novembro de 2024

As exportações brasileiras de soja e milho apresentaram desempenhos contrastantes em novembro de 2024, conforme dados do Boletim Logístico divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última semana. A soja enfrentou um desempenho abaixo das expectativas, enquanto o milho teve resultados mais positivos.
A soja, que já havia mostrado um desempenho aquém das projeções em meses anteriores, continuou sua trajetória de queda em novembro, com 2,55 milhões de toneladas exportadas. Esse valor representa uma queda de 45,8% em relação ao mês anterior. A principal razão para essa queda é a quebra na safra 2023/24, o que tem impactado o volume exportado. No entanto, as perspectivas para a próxima temporada são mais otimistas, com a recuperação da produção. A expectativa é que as exportações de soja atinjam cerca de 105,48 milhões de toneladas na próxima safra, superando as vendas do ciclo atual.
Em termos de volume acumulado, o Brasil exportou 96,8 milhões de toneladas de soja entre janeiro e novembro de 2024, uma queda em comparação aos 101,8 milhões de toneladas registrados no mesmo período de 2023. Esse declínio é reflexo da quebra de safra e da queda nos preços internacionais da oleaginosa. Com isso, a soja perdeu a liderança nas exportações brasileiras para o petróleo, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A última vez que a soja não liderou a receita exportadora do Brasil foi em 2021, quando o minério de ferro ocupou o topo.
No que diz respeito aos portos, os do Arco Norte se mantiveram como os principais pontos de escoamento, respondendo por 35% das exportações de soja em novembro de 2024, um aumento em relação aos 33,8% registrados no mesmo mês de 2023. O Porto de Santos, embora ainda significativo, teve uma leve queda na sua participação, passando de 30% para 28,9%. O Porto de Paranaguá também teve uma ligeira redução na participação, com 13,9% das exportações, contra 14,1% no mesmo período de 2023.
Milho tem desempenho positivo e Arco Norte cresce na movimentação
No setor do milho, as exportações também apresentaram crescimento, com uma distribuição mais equitativa pelos portos do Brasil. Até novembro de 2024, os portos do Arco Norte foram responsáveis por 47,2% das exportações de milho, um aumento significativo em relação aos 41,6% registrados no mesmo período de 2023.
O Porto de Santos, por sua vez, manteve sua posição de destaque, respondendo por 41,6% das exportações de milho. O Porto de Paranaguá e o Porto de São Francisco do Sul também participaram das exportações, com 3,3% e 5,4%, respectivamente. Os principais estados exportadores de milho incluem Mato Grosso, Goiás, Paraná e Maranhão.
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Fertilizantes: queda nas importações em novembro de 2024
O boletim também indicou uma redução nas importações de fertilizantes em novembro de 2024. O Brasil recebeu 4,2 milhões de toneladas de fertilizantes, uma queda de 15% em relação ao mês anterior, embora tenha registrado um aumento de 8,8% em comparação com o mesmo mês de 2023.
No acumulado de janeiro a novembro de 2024, os portos brasileiros receberam 36,73 milhões de toneladas de fertilizantes, uma leve queda de 0,8% em relação ao ano anterior. Paranaguá e Santos continuam sendo os principais portos de desembarque, com 8,9 milhões e 7,19 milhões de toneladas, respectivamente. Os portos do Arco Norte também desempenharam um papel relevante, com 6,39 milhões de toneladas recebidas.
Reconfiguração logística e perspectivas para 2025
De acordo com a Conab, as mudanças nas rotas de exportação e o aumento do uso dos portos do Arco Norte refletem uma reconfiguração nas práticas logísticas, que tem potencial para melhorar a eficiência no escoamento de produtos agrícolas e insumos.
Com isso, espera-se um cenário de crescimento nas exportações nos próximos anos, com uma maior participação dos portos do Arco Norte, favorecendo a competitividade do Brasil no comércio internacional.
Fonte: Cenário MT