Decepção: Depois de cobrança por duplicação, BR-364 pode ter apenas terceira faixa
Depois da antiga expectativa pela duplicação da BR-364 até o estado vizinho de Goiás, a ANTT afirmou que a pista deve receber apenas uma terceira faixa em alguns pontos
Depois de ser muito debatida e de ser até anunciada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em julho de 2021, a tão sonhada obra de duplicação da BR-364 do trecho que vai de Rondonópolis para o estado de Goiás deve não acontecer. Isso porque a rodovia, que será leiloada e entregue para a iniciativa privada, receberá apenas obras pontuais de construção de uma terceira faixa, conforme revelado pelo A TRIBUNA neste fim de semana.
O anúncio de que o trecho receberá apenas a terceira faixa foi feita em uma audiência pública realizada no último dia 28 em um hotel da cidade, que estranhamente não contou com a presença de representantes do Executivo e do Legislativo rondonopolitanos, quando representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmaram que, após a realização de estudos técnicos, teriam concluído que não há a necessidade de duplicar a pista, devido ao número reduzido de veículos que transitam pela rodovia federal.
Na mesma audiência, a ANTT informou ainda que o leilão do trecho deve acontecer ainda este ano e a assinatura do contrato de concessão, válido pelo período de 30 anos, está prevista para o primeiro trimestre de 2023.
Contudo, a discussão a respeito da concessão da BR-364 para a iniciativa privada teve início ainda em 2014, quando estava prevista a realização do leilão do trecho para 2015, mas tudo ficou na promessa. Ainda em 2015, a ANTT havia realizada uma audiência pública na cidade justamente para a discutir a concessão desse trecho e o projeto debatido previa a duplicação de 362,6 quilômetros de estrada do total de pouco mais de 700 quilômetros entre Rondonópolis e Goiânia.
Em 2018, toda a discussão deu um passo atrás, pois o projeto de concessão teve que ser revisto, já que o modelo discutido até então previa a concessão custeada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que segundo as autoridades federais à época, se mostrou inviável.
Em julho do ano passado, o ministro Tarcísio de Freitas chegou a confirmar que já havia outro projeto de concessão para a rodovia e confirmou novamente que o trecho entre Rondonópolis e o estado vizinho de Goiás seria duplicado, mas isso acabou não acontecendo, frustrando a expectativa de quem acalentou por anos o sonho de ver o trecho duplicado.
A cobrança que a sociedade faz pela duplicação da rodovia BR-364 se deve principalmente ao grande número de graves acidentes de trânsito que costumeiramente acontecem na dita rodovia, principalmente no trecho que liga a Pedra Preta e na região da Serra da Petrovina, trechos onde a pista é estreita e sem área de escape, além de ser cheia de curvas e vegetação nas laterias, que dificultam a visão de quem transita por ali.
