Coordenador da Funai promete a cacique que vai passar a ganhar R$ 1,5 mi – leia

iálogo entre o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva, e o cacique Damião Paridzane reforçam os indícios, segundo a PF, da existência do esquema de arrendamento ilegal na Terra Indígena Marãiwatsédé, localizada entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, a 1.143 km de Cuiabá. Hoje (17) agentes deflagraram operação Res Capta para desarticular o suposto esquema.

No diálogo, Jussielson informa a liderança indígena que vai começar a medição do pasto. “Não pode fazer reunião. Tá vindo um por um. Hoje veio outro fazendeiro. A partir de amanhã o pessoal tá descendo para medir o pasto”, diz trecho da interceptação telefônica. Diálogo consta em pedido de sequestro de valores das contas vinculadas ao cacique, que foi atendido pela Justiça. Segundo despacho, só será permitido o saque de R$ 200 mil para o abastecimento da tribo. – veja teor completo.

Depois, seguem conversando e o cacique diz que autorizou, mas reclama da quantidade de pessoas no local. “Você já pediu e eu autorizei. Só que me deu susto, tem quatro, seis pessoas lá na sua sala”, reclama. O coordenador regional da Funai justifica que havia um fazendeiro, o caseiro e a esposa. “Eu não fiz nem na minha sala, fiz na entrada da Funai. Lá na recepção”, diz para acalmar o cacique.

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Em outro momento, Jussielson alerta Damião que tem gente o roubando porque era para estar pagando R$ 200 mil e está repassando só R$ 80 mil. E, na sequência, promete: “até o ano que vem o senhor está ganhando um milhão e meio”. E avisa que vai começar a pressionar o “pessoal” para fazer o pagamento. O cacique então responde: “tá, tá bom. ótimo”.

Res Capta

A Polícia Federal deflagrou a operação Res Capta em Barra do Garças (a 500 km de Cuiabá). Na ocasião, foram presos Jussielson e o 2º sargento da Polícia Militar do Amazonas Gerard Maximiliano Rodrigues de Souza. Também foram realizadas busca e apreensão contra a servidora da Funai, Thaiana Ribeiro Viana e o cacique Damião. Com o líder indígena foi apreendida uma mala com dinheiro, valor ainda está sendo contabilizado.

Todos são investigados por suposto esquema de arrendamento terras dos Xavantes a fazendeiros para criação de gado e a formação pasto. A ação que culminou na prisão do grupo foi autorizada pela juíza da Vara Federal de Barra do Garças, Danila Gonçalves de Almeida. As investigações tiveram início em 2017 a partir de uma denúncia anônima por telefone.

Fonte: RD News