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Deputados pedem ao CNJ o afastamento do novo juiz da Lava Jato

Parlamentares afirmam que magistrado não tem imparcialidade necessária para seguir no cargo

Um grupo de deputados federais apresentou uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Protocolado na terça-feira 7, o documento pede ao CNJ o afastamento do juiz, de forma cautelar, e a instauração de um processo administrativo disciplinar.

Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já tinha pedido o afastamento de Appio ao CNJ, e o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que o magistrado seja considerado suspeito para atuar nos casos da Lava Jato.

Nesse novo pedido, os deputados afirmam que o juiz não é imparcial, como exige a lei, para permanecer no cargo. “Pedimos o afastamento cautelar do juiz, que em pouco tempo já provou não ter isenção para julgar a maior operação anticorrupção do Brasil”, escreveu o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da República e ex-coordenador da Lava Jato, ao justificar o pedido de afastamento.

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Também assinam a reclamação disciplinar Adriana Ventura (Novo-SP), Alfredo Gaspar (União-AL), Kim Kataguiri (União-SP), Luiz Phillipe Bragança (PL-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Maurício Marcon (Pode-RS) e Pedro Aihara (Patriota-MG).

“A suposta neutralidade do juiz é desmentida por seis fatos absurdos”, afirmou Dallagnol, enumerando, em uma postagem, situações que demonstrariam a parcialidade do Appio. Entre elas estão as doações de R$ 13 e R$ 40 feitas pelo juiz, em 2022, para as campanhas do presidente Lula e da deputada estadual do Paraná Ana Júlia Ribeiro, também filiada ao PT.

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Também foi demonstrado que o juiz usava, no ano passado, o login LUL22 para acessar o sistema de processos eletrônicos da Justiça Federal. “O juiz utilizava “LUL22” como login na Justiça, que ficava visível para colegas e servidores, ou seja, fez, na prática, propaganda da campanha de Lula, o que é proibido pela Constituição. Nenhum procurador ou juiz da Lava Jato jamais fez algo do tipo”, declarou Dallagnol.

Sobre o primeiro fato, Appio nega ter feito qualquer doação e afirma que isso pode ser comprovado por seu extrato bancário. Por isso, um grupo de deputados, também encabeçado por Dallagnol, pediu a abertura de inquérito para apurar eventual doação por “laranjas”. Sobre o segundo, o juiz confirma que usava o login, mas nega ter relação com Lula.

O parlamentar também lembra que Appio foi ouvido como testemunha em ação penal da Lava Jato, por ter vendido imóvel que foi usado para lavagem de dinheiro pelo ex-deputado federal petista André Vargas. “O juiz sofreu pena de censura do TRF4 por esse caso e não pode, evidentemente, julgar casos relacionados”, acrescentou, na publicação no Twitter.

 

No documento ao CNJ, os parlamentares também afirmam que o novo juiz da Lava Jato “descumpriu com os seus deveres funcionais”, ao fazer declarações em uma entrevista que, em tese, “ferem o decoro e os preceitos éticos aplicáveis à magistratura”. Appio criticou a condução dos trabalhos pelos antigos membros Lava Jato, entre eles o ex-juiz e senador Sergio Moro e Dallagnol. De acordo com o pedido, o juiz utilizou expressões como “comédia pastelão” e “império punitivista”.

Fonte: Revista Oeste

 

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