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Quem indicou Luiz Fux para o STF? A história do ministro que votou para absolver Bolsonaro

Fux começou a carreira como promotor de Justiça no Rio de Janeiro, na década de 1970, antes de ingressar na magistratura em 1983.

Exaltado por apoiadores de Jair Bolsonaro por conta da divergência que está abrindo no julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux foi indicado à Corte pela então presidente petista Dilma Rousseff em 2011.

Na quarta-feira (10/9), Fux votou por absolver Bolsonaro de todos os crimes pelos quais o ex-presidente é acusado.

Fux começou a carreira como promotor de Justiça no Rio de Janeiro, na década de 1970, antes de ingressar na magistratura em 1983.

Passou pelo Tribunal de Justiça do Rio e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também é professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e reconhecido acadêmico de Direito Processual.

Pessoas que acompanharam a indicação de Fux ao STF por Dilma contam que seu nome já vinha sendo sugerido desde os primeiros governos de Lula, por diversas forças políticas.

Além do apoio político, o magistrado também era visto como muito preparado tecnicamente.

Havia ainda nos governos petistas o desejo de levar para o STF um ministro oriundo do STJ.

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O ministro já foi considerado um dos mais punitivistas da Corte, conhecido por agir com dureza no caso do Mensalão e por chancelar as decisões da operação Lava Jato.

Ele defendeu, por exemplo, a prisão em segunda instância antes do esgotamento dos recursos — o que afetou diretamente casos como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado no contexto da Lava Jato.

Em 2019, nas conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil de procuradores e juízes da operação, ficou famosa a mensagem que o então juiz Sérgio Moro enviou ao procurador Deltan Dallagnol: “In Fux we trust” (“Em Fux nós confiamos”, em inglês).

Nesta quarta-feira, em seu longo voto no julgamento de Bolsonaro e mais sete réus, Fux pediu a anulação do processo por considerar que o STF e a Primeira Turma não teriam competência para julgar o caso.

Fux também acolheu um argumento-chave dos advogados: o de que houve cerceamento da defesa devido à falta de tempo adequado para que todo o material levantado nas investigações fosse analisado.

Filhos de Jair Bolsonaro, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) exaltaram o voto de Fux.

“Ministro Luiz Fux nada mais está fazendo do que sendo JUIZ! Ao falar o óbvio, choca a assessoria de imprensa de lula, que entende que os fins justificam os meios: se é contra Bolsonaro vale tudo, inclusive torturar a lei e a CF/88 [Constituição Federal]. FUX HONRA A TOGA”, comemorou Flavio Bolsonaro, cuja mensagem foi repostada por Eduardo Bolsonaro na rede social X.

Renzo Gracie, mestre em jiu-jitsu e apoiador de Bolsonaro, também exaltou Fux — o magistrado pratica a modalidade.

Em suas redes sociais, Renzo Gracie postou um trecho do voto de Fux, chamando o ministro de “verdadeiro mestre”.

Renzo é neto de Carlos Gracie, um dos fundadores do jiu-jitsu.

Falando a jornalistas no intervalo da sessão desta quarta no STF, o advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, comemorou o voto de Fux: “Lavou nossa alma”.

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Mas não é de hoje que Fux se posiciona como contraponto a Moraes no julgamento da trama golpista.

Em março, ao analisar preliminarmente o caso, o ministro afirmou que a competência para julgar os acusados seria da primeira instância da Justiça.

Se o Supremo tivesse a atribuição, disse, a decisão caberia ao Plenário e não à Primeira Turma — argumento usado pelas defesas dos acusados.

Na votação sobre as medidas cautelares impostas por Moraes a Bolsonaro, Fux foi o único a se posicionar contra, argumentando que elas restringiam “desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação”.

O ministro também divergiu da maioria da Primeira Turma na definição da pena para a cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou de batom a estátua A Justiça em frente ao STF.

Moraes havia fixado pena de 14 anos. Dino e Cármen Lúcia seguiram o relator, enquanto Zanin propôs 11 anos. Fux defendeu a redução para 1 ano e 6 meses.

Em entrevista à BBC News Brasil antes do voto de Fux, o advogado Gustavo Sampaio, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), havia afirmado que um posicionamento mais pró-absolvição no julgamento de Bolsonaro e outros réus seria “uma certa contradição” com a história do ministro no STF.

“Por exemplo, durante o julgamento daquelas ações, habeas corpus e recursos que decorriam da Operação Lava Jato, o ministro, de fato, adotava uma postura punitivista, vigorosa, defensora da autoridade da lei penal, inflexível inclusive em relação a algumas garantias”, disse Sampaio.

Álvaro Jorge, professor da FGV Direito Rio, explicou que Fux tendia a divergir da turma por analisar profundamente questões processuais, sua especialidade.

“Há muitas discussões colocadas pelas defesas que são de natureza processual, o que abre muito espaço para um magistrado como o Fux buscar trazer uma visão diferente das que tem prevalecido até o momento na turma”, disse o professor da FGV, antes do voto de Fux.

Fux começou a carreira como promotor de Justiça no Rio de Janeiro, na década de 1970, antes de ingressar na magistratura em 1983.

Passou pelo Tribunal de Justiça do Rio e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também é professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e reconhecido acadêmico de Direito Processual.

Pessoas que acompanharam a indicação de Fux ao STF por Dilma contam que seu nome já vinha sendo sugerido desde os primeiros governos de Lula, por diversas forças políticas.

Além do apoio político, o magistrado também era visto como muito preparado tecnicamente.

Havia ainda nos governos petistas o desejo de levar para o STF um ministro oriundo do STJ.

Recentemente, Fux foi um dos poucos ministros do STF poupados da retaliação do governo americano à ação penal contra Bolsonaro, com a suspensão de vistos em julho.

Moraes e outros sete ministros do Supremo tiveram a permissão para entrar nos Estados Unidos suspensa.

Fux, André Mendonça e Nunes Marques — esses dois últimos indicados por Bolsonaro — não foram afetados.

Fonte: MSN

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