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Sem chuva há 100 dias, rios fartos da Bacia do Paraguai secam em 4 pontos

Sem chuva há mais de 100 dias, rios da Bacia do Paraguai, principais cursos d’água que alimentam o Pantanal, atingem o menor nível em décadas. Na Capital, Barra do Bugres e Barão de Melgaço, por exemplo, pontos dos rios Cuiabá e Paraguai praticamente secaram. Medição feita pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), desta segunda (17), aponta que o leito tem zero cm de altura, causando falta nessas regiões.

Em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), o leito do rio Paraguai chegou no seu menor nível em 50 anos, segundo a prefeitura. De acordo com a medição feita pela Sema, a altura chegou aos 72 cm nesta segunda (17). A situação preocupa já que pode haver desabastecimento para 32 mil famílias, caso a estiagem se agrave.

rio paraguai

Régua dá noção de quanto as águas do Paraguai baixaram nessa seca

A situação é uma repetição do que ocorreu no ano passado. Em 2019, nesta mesma época, o rio tinha mais de um metro no ponto de medição de Cáceres. De acordo com o boletim do Serviço Geológico do Brasil, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CRPM), o pico da estiagem do Paraguai será em 23 de setembro, quando o leito vai atingir uma altura de 48 cm.

Segundo o pesquisador da CPRM, Marcelo Parente Henriques, desde junho, o monitoramento dos níveis dos rios já indicava a tendência de uma seca severa na região. “No final de junho, quando ocorrem os picos das cheias na região, neste ano, a bacia do rio Paraguai já apresentava cotas de nível dos rios muito abaixo do normal em Cáceres, Porto Conceição, Ladário, Porto Murtinho e Cuiabá, o que já sinalizava para a possibilidade de ocorrência de uma vazante (período de baixa) mais rigorosa”, alertou.

A situação também preocupa os moradores da cidade de Cáceres, já que o rio é a principal fonte de água. Ainda não há relatos de desabastecimento. Segundo o diretor da autarquia Águas do Pantanal, Junior Trindade, o fornecimento ainda é normal, mas o risco de falta existe. “Se continuar baixando, aí vamos ter problema. Pelo menos, vamos ter que mudar a captação das bombas de lugar”, disse.

Em vídeo gravado ao lado do rio, o prefeito Francis Maris destaca que a cidade não registra chuvas há mais de 100 dias. “A cada dia que passa, o rio está baixando muito, trazendo sérios problemas a população e ao abastecimento. E também para os agropecuaristas estão sofrendo com a falta d’água por que as represas estão secando”, disse.

O rio Vermelho, de Rondonópolis, que também desagua no rio Lourenço e depois no Paraguai, também tem uma altura de zero cm. Só em Santo Antônio do Leverger, com o rio Cuiabá, o curso d’água tem algum volume – 2 metros e 66 centímentros. Ainda assim, para a Sema, a situação está abaixo do normal.

Para as próximas duas semanas não são esperados chuvas significativas na região da Bacia do Paraguai. É esperado precipitação na parte paraguaia do rio, mas não será suficiente para enchê-las. A previsão é com as chuvas voltem em outubro. (Com informações da CRPM)

FONTE: RD NEWS

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