Mato Grosso lidera feminicídios no Brasil, apesar de queda apontada pelo Estado

Mato Grosso registrou 47 feminicídios em 2024, atingindo uma taxa alarmante de 1,23 mortes para cada 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional de 0,69. Em 2023, foram 46 casos, consolidando o Estado como o que mais violento para mulheres no país.
Apesar dos números preocupantes, o secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, afirmou que houve uma redução nos feminicídios se for analisado dados entre dezembro e março, dos anos de 2024 e 2025. No entanto, apenas nos primeiros meses deste ano, já foram contabilizados 6 assassinatos de mulheres.
“Esse é um índice que nós estamos trabalhando muito nele. Não é somente o trabalho de segurança pública, mas vem também a conscientização, vem uma série de situações da própria sociedade. Cabe um destaque aqui da nova lei, sobre o controle feminicídio, que majorou a pena para 40 anos.” destacou o secretário.
A Polícia Civil identificou que 83% dos feminicídios registrados neste ano ocorreram dentro do ambiente doméstico, reforçando o caráter de violência familiar desses crimes. Além disso, das 47 mulheres assassinadas no ano passado, 41 eram mães e nove foram mortas na frente dos próprios filhos. Os crimes foram registrados em 28 cidades mato-grossenses, sendo setembro o mês mais violento, com oito casos.
Na madrugada da quinta-feira (20), um caso emblemático reforçou a gravidade do cenário. Uma mulher foi morta 14 dias após denunciar seu agressor por perseguição. Mesmo acionando o botão do pânico, o dispositivo não foi suficiente para impedir o crime.
Yasmin Farias Cardoso, 27, foi assassinada pelo ex-companheiro, no bairro Jardim Belo Panorama, em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá). Ela acionou o botão do pânico, acionou a Polícia Militar, mas acabou morta por José Cícero Feitosa da Silva, 35, que tirou a própria vida em seguida.
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Os dados foram apresentados pelo governador Mauro Mendes e pelo secretário Roveri durante coletiva na segunda-feira (24), como parte do balanço da Operação Tolerância Zero, realizada em todo o estado. Segundo a Polícia Civil, apenas cinco das vítimas de 2023 possuíam medidas protetivas contra seus agressores, evidenciando desafios na efetividade das políticas de proteção.
Fonte: gazetadigital