IMPASSE – Santa Casa rebate pedido de afastamento da diretoria e alega que fato foi ‘mídia política’
A gente acha realmente que é mais uma questão política"

A direção da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis-MT afirmou que não recebeu nenhum documento de afastamento até o momento do Ministério Estadual, Ministério Federal e Polícia Federal, oficializando o pedido de afastamento da direção da unidade.
O pronunciamento foi feito durante uma coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (21), após o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) ingressar com uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e Ministério Público Estadual (MPE) apontando supostos indícios de irregularidades na gestão de recursos públicos da saúde administrados pela Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. O Conselho ainda pediu o afastamento da diretoria do hospital.
“Recebemos como uma mídia política de uma pessoa que está a frente de um serviço. Até porque não houve esclarecimento da nossa parte. Então com que respaldo? Ele [presidente do CRM] escutou o prefeito e pediu afastamento da gente e pediu para a Polícia Federal? A gente acha realmente que é mais uma questão política”, explica a diretora executiva, Bianca Talita.

Direção Santa Casa – Foto: Varlei Cordova/AGORAMT
Em nota, o presidente do CRM-MT, Diogo Sampaio, relatou que a intenção é investigar onde foram gastos os recursos públicos recebidos pela Santa Casa para pagamento aos médicos, que estão sem receber. Conforme as denúncias feitas ao CRM-MT, a dívida com os médicos já chegaria à casa dos R$ 12 milhões.
A Diretoria da Santa Casa confirma que os pagamentos estão atrasados e alega que a situação é motivada pela falta de repasse da prefeitura.
“Continua atrasado visto que o Município está em atraso com a Santa Casa. O pagamento dos médicos continua em atraso. São mais de R$ 12 milhões que nós não recebemos. O nosso contrato é com a prefeitura e as vezes ele [prefeito José Carlos do Pátio] quer fazer sensacionalismo falando que o Estado não pagou, mas o Estado para pagar precisa receber a nota do Município”, disse a diretora, ao esclarecer que “a Santa Casa emite a nota e o Município de Rondonópolis precisa mandá-la para Estado, para que haja esse pagamento”.
Para o advogado Leonardo Resende, que faz parte da assessoria jurídica do hospital, sobre o ponto alegado pelo presidente do CRM, a respeito de uma suposta ilegalidade na contratação de uma empresa por parte da Santa Casa, houve uma falta de conhecimento por parte do presidente do Conselho. “Prova de que essa contratação foi regular, que o Ministério do Público do Estado de Mato Grosso, em uma reunião, recomendou à Santa Casa a manutenção desse contrato”.
O vice-presidente do Conselho de Administração da Santa Casa, Carley Fernando, explicou que ele acredita ter havido uma ‘confusão’ por parte do CRM sobre os valores recebidos pela Santa Casa, já que a emenda que seria destinada aos pagamentos ainda não foi destinada pelo Governo Federal.
Fonte: Agora MT