
O deputado federal Coronel Alberto Fraga (PL-DF) acusou o ministro da Agricultura e senador licenciado por Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), de ajudar frigoríficos das empresas JBS e Minerva a montarem um “cartel” para monopolizar o controle do mercado brasileiro de exportação de carnes bovinas – o que configuraria como crime econômico.
As acusações ocorreram na semana passada, durante discurso na Câmara dos Deputados. Segundo ele, antes de Fávaro, existia uma lista de 21 empresas responsáveis por exportações de carnes bovinas. Ocorre que, segundo ele, o atual ministro tirou oito empresas dessa lista. Da atual lista, a grande maioria são de empresas ligadas à JBS e Minerva, que são gigantes no ramo da exportação de carne bovina brasileira.
“O que vou dizer aqui é um escândalo, é a comprovação de que nosso país do ‘toma lá, dá cá’ e que a corrupção está longe. O Ministério da Agricultura está transformando a questão de exportação de carnes bovinas em um verdadeiro cartel”, disse ele.
“A lista aprovada recentemente pelo ministro Carlos Fávaro, tira oito nomes. Dos nomes aprovados, cinco são da Minerva, que comprou recentemente 16 pontos da Marfrig. Ou seja, quem vai mandar no Brasil vai continuar sendo a JBS e a Minerva, formando um cartel e um monopólio que não pode existir”, acrescentou.
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O parlamentar disse que pediu um requerimento convocando Fávaro à Câmara para dar explicações, já que as decisões dele sobre o mercado prejudicariam os frigoríficos de pequeno e médio porte. Além de Fávaro, o deputado disse que os donos de frigorífico serão convocados para falaram sobre como está a atual situação das empresas no mercado de carnes.
“Não é normal e não é correto fazer com que vários frigoríficos que investiram para ser habilitados de uma hora para outra serem derrubados e surgirem outros nomes na lista. A lista se arrasta por dois anos e, de repente, a Minerva aparece com cinco nomes”, afirmou.
“Estou entrando com requerimento convocando o ministro da Agricultura para explicar qual o critério utilizou para escolher os nomes para exportar carne para China. É uma vergonha, um escárnio para não dizer que é corrupção ou vamos dizer que a escolha foi por meritocracia? Não. Foi por quem deu mais! A gente sabe como está funcionando a coisa e espero que quando o ministro chegar aqui tenha uma explicação plausível”, completou.
Amigo e aliado político de Fávaro, o ex-ministro da Agricultura, Neri Geller (PP), outro afilhado político da família Maggi, chegou ir preso no fim de 2018 pela Polícia Federal, em desdobramento da Operação Lava Jato, exatamente por agir no comando do MAPA para anular a concorrência e beneficiar o grupo JBS, ainda durante o Governo Dilma Rousseff (PT).
O possível novo escândalo envolvendo o nome de Fávaro se junta a outros desgastes do político do PSD, que já convive com pressão intensa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que pediu abertamente a saída do ministro do cargo pela destinação única de recursos a Mato Grosso, o que teria beneficiado, segundo o UOL, fazendas de Eraí Maggi.
Fonte: Minuto MT