IGNOROU POLÊMICA – Prefeita gasta mais de R$ 1 milhão com Luan Santana, Zé Felipe e cia
Só com os dois jovens cantores sertanejos a expectativa é que Cáceres gaste R$ 700 mil, em meio a um momento polêmico sobre o assunto

A Prefeitura de Cáceres (220 km de Cuiabá), comandada por Antônia Eliene Liberato (PSB), vai gastar R$ 1,155 milhão para custear atrações nacionais que participarão da 39ª edição do Festival Internacional de Pesca Esportiva (Fipe), evento realizado entre os dias 13 e 17 de julho.
De acordo com a agenda divulgada pela administração local, estão confirmadas as presenças de Luan Santana, cuja apresentação vai custar R$ 350 mil; do cantor evangélico Anderson Freira, que cobrou R$ 120 mil; do padre católico Alessandro Campos, com cachê de R$ 150 mil; do cantor sertanejo Zé Felipe, que cobrou R$ 350 mil; além da banda Titãs, com cachê de R$ 185 mil.
Os valores constam no Jornal Oficial Eletrônico dos Municípios do Estado de Mato Grosso, publicado pela Associação Mato-grossense de Municípios. O patrocínio público para este tipo de contratação sempre ocorreu, mas chama a atenção agora diante de uma discussão criada sobre o tema, que colocou sertanejos, contratados pelo interior do Brasil, e artistas que fizeram uso, durante os governos do PT, da famigerada Lei Rouanet.
O tema tem tomado tanta proporção que o Ministério Público Estadual – MPE/MT, seguindo uma tendência de outras praças, tem enquadrado gestores municipais e estaduais sobre os gastos, que não denotam, inicialmente, ilegalidade. O secretário de Turismo e Cultura de Cáceres, Cláudio Henrique Donatoni, explicou que todas as edições do evento foram realizadas pela administração pública municipal.
Além disso, segundo ele, o Governo do Estado destinou 1,5 milhão para a estrutura e premiação do evento, citando que estava previsto mais R$ 1,15 milhão destinado pela Assembleia Legislativa, mas que em decorrência do curto período para organizar o evento o valor não será enviado agora, ficando à disposição do município para próximos eventos culturais.
“O festival de pesca foi pensado para valorizar as tradições de Cáceres, especialmente a Ribeirinha”, justifica Cláudio Henrique. Segundo o secretário, o evento foi organizado em um curto período de tempo em razão da indefinição causada pela pandemia de Covid-19.
Donatoni explicou ainda que, ao longo das suas 38 edições anteriores, o evento se tornou internacional e movimenta aproximadamente R$ 7 milhões de reais na economia local, de acordo com estudo realizado pelo município, em 2019. Ele ainda ressaltou que a programação, ainda em construção, prevê a apresentação de pelo menos 25 atrações locais, argumentando que o evento não foca apenas nos artistas nacionais.