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Pantanal de Mato Grosso atinge o maior número de focos de calor em dez anos

Quase 25 mil focos de calor foram registrados em Mato Groso até agora segundo o Inpe. As queimadas criminosas que estão destruindo o Pantanal também afetam outras regiões do estado.

Pantanal atinge o maior número de focos de incêndio em dez anos

No Centro-Oeste do Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou em Mato Grosso quase 25 mil focos de calor, que podem representar incêndios. É o maior número em dez anos.

Quem percorre o rio à noite pode perceber a dimensão das chamas no Pantanal. Os incêndios estão nas margens e no meio da mata. De dia, o céu fica alaranjado por causa da fumaça. “Uma situação muito ameaçadora. O fogo infelizmente se aproxima do vilarejo do Porto Jofre”, conta uma pessoa que grava o trabalho dos bombeiros.

A força-tarefa de combate aos incêndios está recebendo agora o apoio de aviões agrícolas. Os bombeiros passaram a usar retardantes químicos, uma espuma diluída na água que ajuda a reduzir a propagação das chamas. Donos de pousadas também estão ajudando os brigadistas.

“É muito triste. Inclusive, todas as vezes que eu vou falar, eu me emociono, principalmente com os animais. Quando o fogo aproxima ele não corre, ele entra no fogo”, conta Jamil Costa, empresário.

A bióloga responsável por pesquisas na região, Cristina Cuibalia, do Sesc Pantanal, alerta que apesar do esforço, as queimadas ilegais estão gerando novos focos.

“Os incêndios que o Pantanal vem sofrendo agora durante essa estação da seca, mais de 90% tem origem na ação humana, que é o uso indevido do fogo, que é proibido. O impacto é muito grande tanto para as populações, quanto para a fauna e para a flora pantaneira”, afirma.

As queimadas criminosas que estão destruindo o Pantanal também afetam outras regiões do estado. É o caso do parque indígena do Xingu, na região Amazônica, mesmo com a proibição federal para o uso do fogo.

Indígenas afirmam que as chamas estão vindo de propriedades no entorno do parque. O Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, ligado ao Ibama, contratou 46 brigadistas indígenas para combater o fogo no Xingu. O parque tem 2,6 milhões hectares; 44 mil já foram consumidos pelo fogo.

“O fogo começou na fazenda, vem dos fazendeiros, tocaram esse fogo, entrou na terra indígena do Xingu. Muito triste ver isso”, afirma Takumã Kuikuro cineasta do povo Kuikuro.

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